Sem saber que seria

   Deviamos ser avisados sobre algumas últimas vezes. Hoje estava lembrando da minha última festa de aniversário ano retrasado, foi a última vez que reuni todos os meus amigos, independentemente de personalidades e na minha cabeça tinha sido a píor festa. Só que depois de um tempo as opinioes mudam. Saudade daqueles momentos em que eles eram eles...daquele jeito. 
   Passando uns dias em Taubaté agente nem percebe quando algumas coisas mudam só quando elas já mudaram. Só que o melhor de perceber que tudo mudou é não entrar em desespero ao perceber que você tambem já não é mais o mesmo. Idéias se tranformam.De onde vem as idéias? Dúvido que do nada.
   Pra mim ela vem de raizes de gostos e vontades.
    Já li muitas listas, receitas e mandamentos sobre “como ser criativo”, mas a palestra do grande ator, comediante e escritor inglês John Cleese sobre criatividade (gravada em vídeo durante o World Creative Forum) se destaca pela simplicidade e objetividade. E, claro, pelo toque de humor inglês.
Cleese é famoso por sua atuação na trupe Monty Python e em filmes como A Vida de Brian, O Sentido da Vida, Um Peixe Chamado Wanda e em episódios de Harry Potter. Talentoso e experiente. Ao relatar sua experiência de artista no lidar com a criatividade, revela alguns aspectos menos óbvios e compartilha dicas interessantes. Curiosamente, algumas delas são exatamente as mesmas que aprendi há 20 anos quando atuava na equipe de criação de uma agência de publicidade – tanto com a experiência prática como com o ótimo livro "Criatividade em Propaganda", do Roberto Menna Barretto. Dicas úteis inclusive para aqueles que pretendem se utilizar da criatividade em atividades não-artísticas
 Uma história contada por Cleese é a base da mensagem: certa vez ele trabalhou horas a fio no roteiro de um programa humorístico. No dia seguinte, não conseguiu encontrar os manuscritos. Contrariado, começou a reescrever o roteiro de memória, e desta vez o trabalho fluiu mais rápido. Dias depois ele encontrou o manuscrito original que havia perdido, e por curiosidade comparou as duas versões. Surpresa: a segunda versão estava bem melhor que a primeira. A possível explicação: entre a primeira e a segunda versões, seu inconsciente continuou trabalhando e aperfeiçoando a ideia. Quer experimentar, sem ter que “perder” o que você produz? Veja algumas dicas deste gentleman:
Deixe seu inconsciente trabalhar: após entender e se informar muito bem sobre o problema ou desafio que está tentando superar, dê um tempo para seu cérebro. Distraia-se, divirta-se, ou mesmo tenha uma boa noite de sono. Depois volte a se concentrar determinadamente no problema. A solução criativa virá muito mais facilmente – e provavelmente melhor resolvida. Mas não se iluda: mergulhar no desafio antes e dedicar-se depois são passos fundamentais. Funciona: foi testado e aprovado por criativos em regiões e épocas diferentes, como John Cleese na Inglaterra e Menna Barretto no Brasil.
Crie fronteiras de tempo e espaço para trabalhar criativamente: segundo Cleese, em meio ao estresse de lidar com vários problemas e prazos ao mesmo tempo é muito difícil ter boas ideias e soluções criativas. Pra isso, recomenda criar pequenos “oásis” ao longo do dia, em que seja possível se dedicar ao trabalho e à busca de melhores soluções.
Não seja interrompido: não é frustrante quando estamos “embalados” em um trabalho e somos bruscamente interrompidos? É difícil retomar o “fio da meada”, certo? Pois o ator inglês é bastante enfático ao relembrar que levamos um bom tempo de concentração e esforço para criar um “fluxo de ideias”, um estado de espírito criativo. Por isso, é um desperdício permitir interrupções quando se consegue atinge esse estágio. A recomendação dele é que o seu “oásis” deve ser à prova de interrupções, ou mesmo contar com fiéis guardiões que impeçam intrusos “exceto quando o incêndio já estiver consumindo o edifício por uma hora e meia”.
Bem, seguindo as dicas de John Cleese, posso ir dormir e revisar este post amanhã cedo – ou quem sabe “perdê-lo” e reescrever tudo antes de publicar! Se você preferir métodos menos radicais, pode simplesmente combinar essas singelas dicas com tudo o mais que você já leu sobre ter uma atitude criativa, encarar os problemas por ângulos diferentes, pensar fora da caixa, testar ideias com “advogados do diabo”, assumir riscos etc., e assim entender melhor de onde vêm as ideias – e por que frequentemente, em nossos mundinhos de laptops, distrações, noites mal dormidas e correrias infinitas, elas simplesmente não dão as caras.
Veja o vídeo com trechos da palestra de John Cleese (10 min, em inglês britânico): [clique aqui]

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